....vinda do velório de duas das vítimas dos incêndios, e ler o recado que ela escreveu à pressa para mim, limpa-me a alma:
Foi um ambiente pesado.
Ainda há 4 meses atrás o casal me dava os sentimentos a MIM.
Das muitas coisas que não me consigo lembrar daquele dia, uma não esqueço: o seu olhar, azul e profundo nos meus olhos. Apaziguou-me. Não sei porquê, senti paz com ela.
Ele, abraçou-me, e disse que eu tinha de ser forte. Ninguém devia partir assim, aos 37 anos de idade. Muito novo.
Foi em Janeiro.
Hoje é Junho... e abraço-a novamente. Continua com o olhar azul penetrante. Transmite calma e, sempre preocupada com os outros, perguntou-me pelas minhas meninas.
Numa infeliz troca de papéis, agora é ela que se está a despedir do marido.
Ele... que partiu com 37 anos!
Ele... que partiu com 37 anos!
Foi por tudo isto que, o que eu mais precisava era de acordar a minha filha. Abraçá-la (independentemente do calor que estava), olhar para ela, dizer que a mãe já chegou e adormecer ao seu lado.
Hoje a mãe não vai ralhar para que ela vá para a sua cama.
Hoje vamos dormir de mãos dadas.
Estamos aqui. Está tudo bem.
Estamos aqui. Está tudo bem.
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